Estivem nos locais comarcais da CIG da Avda de Esteiro de Ferrol. Fum até ali ao conhecer que a empresa ESHOR, ia intentar outra vez entrar nos locais do sindicato, para arrincar umha retificaçom das declaraçons realizadas numha rolda de imprensa, presidida polo Secretario Comarcal Xosé Manuel Pintos, onde se denunciava um trato escravista para com as trabalhadoras e trabalhadores imigrantes.
Cheguei a ver dous autocarros que transportárom até Ferrol a umhas 100 pessoas, a maioria, polo seu aspecto, peruanos, equatorianos... Diziam que vinham de Madrid, aproveitando o festivo de Sam Isidro. Comezárom a rodear os locais, os de diante com muita força berrando "Pintos mentiroso" termando dumha faixa em galego onde solicitavam à CIG que nom os defendera. Atrás, silencio e passividade. Havia umhas sete mulheres, a mais activa a Chefa de Pessoal, que agarrava também umha faixa. A consigna máis coreada Viva ESHOR! Viva ESHOR! Os ovos que traiam para lançar quedárom esmagados entre os A3 que ficárom no cham. Algumha discussom, berros...
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Umha barreira de homens e mulheres da afiliaçom da CIG, aguardavam, junto a duas dotaçons policiais, nas portas do sindicato mostrando algumhas das diferentes fazes que componhem a actividade sindical na comarca.
Dentro da sede comarcal, os comentários iam e vinham. A Direçom estivo reunida no salom de atos, e a normalidade mantinha-se como se podia.
Alguns trabalhadores de ESHOR argumentavam no meio do rebumbio, que eles estavam ali porque por culpa da CIG a empresa estava perdendo contratos. Aqui do que se trata é que empresas como ESHOR desapareçam do sector da costruçom. Empresas que competem deslealmente conseguindo ofertar uns custes mais baixos, mantendo condiçons laborais de escravitude.
Som case 500 as baixas voluntárias na empresa desde hai ano e medio. Parece ser que já as assinam junto co contrato, coa data em branco. Mas tudo isso e muito mais, sairá no juiço que a empresa tem que enfrontar o próximo dia 10 de Junho.De todo isto , para mim nom é nada especialmente salientável. Ao fim, centos de trabalhadores e trabalhadoras que passarom por ESHOR, as suas famílias, amistades... conhecem a verdade e assim se clarificará no julgado, ainda que isso nom seja exatamente fazer justiça.
Mas o verdadeiramente salientável é a agressom e violentaçom da liberdade sindical. O feito sem precedentes da mobilizaçom dumha empresa, que acarretando a uns trabalhadores e a algumha trabalhadora às portas do sindicato, pretende pôr atrancos à acçom sindical, porque esse é o papel que lhe corresponde aos sindicatos, denunciar as irregularidades, denunciar os abusos, denunciar a explotaçom, às empresas piratas e escravistas que fam o seu lucro a base do tráfico de seres humanos.Os julgados, as inspeçons de trabalho, SMAC, o Conselho Galego de Relaçons Laborais... atúam para resolver os conflitos e as denúncias apresentadas e mediar ante a acçom sindical. Assim se vai avançando, ou retrocedendo, em direitos e seguridade no trabalho.
A CIG é um sindicato formado, na comarca, por mais de 8000 pessoas. Dentro da CIG confluem muitas correntes sindicais, e também distintos interesses partidários ou de grupos de poder. À hora de elaborar estratégias de acçom sindical, pode haver diferencias, mesmo choques ou reinos de taifas entre federaçons ou organismos. O que nom sabe quem pretende amordaçar à CIG, que existe a solidariedade obreira, que existe a consciência sindical, que essa consciência e essa história do movimento sindical na nossa comarca, é quem de romper sectarismos e interesses pessoais para criar a barreira que defenda a organizaçom imprescindível da classe trabalhadora. Todo isto seja qual sejam as siglas, seja qual seja o nome das pessoas que num momento determinado a dirijam. É o sindicato, aquilo que temos para defender os nossos direitos, e que está aberto também para a defesa dos direitos daqueles companheiros e companheiras, que traem a pel mais escura, os rasgos dos olhos também diferentes, que sentem mais frio que nós quando chove dous dias seguidos, e a quem a morrinha fai-lhes de companhia porque nom vem muito o sol por aqui.
Gostaria-me que desde a direçom da CIG, e desde as direçons de todos os sindicatos, se propusera umha mobilizaçom do movimento obreiro em Ferrol, para reafirmar a inviolabilidade dos direitos sindicais, e a necessidade dos sindicatos como garantes dumha sociedade democrática.
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3 comentários:
Lupe:
Figeches umha análise, lúcida e muito eficaz do que se pasou no dia de marras. E u som subalterno da Xunta de Galicia, quero que saibas que para mim é muito importante , que gente coma ti, diga isto.Ás veces confeso-o tenho momentos em que vejo pouco e entom o mundo semelha escuro e sem esperanças. Mas como Chaplim dijo se algo ha tam importante coma a morte é a vida.Estamos no dia das Letras, e eu penso que mentras que gente coma ti e os que la estiveram acompanhem, de companha,
nom ficaremos sem sabermos quem somos.
anónimo di:
Os poblemas inteternos devemolos arranxar ente nos sin meter a ninguen nas nosas luitas internas
xesus anxo lopez pintos
non podemos ir asi po la vida en este caso che saiu o tiro pola culata e estas deixando o noso sindicato como si foramos uns cobradores de morosos utilizando o chantaxe coma unica arma. demite xa dunha vez e deixalle o posto a quen realmente lle corresponde
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