quarta-feira, março 18, 2009

Umha campanha na rede com olhada violeta para os linces e os bebes

Muitas vezes um pequeno cámbio na linguagem provoca um enfoque diferente ou radicalmente oposto. Isso é o que sucede ao feminizar os linces da Conferencia Episcopal ou quando cambiamos a palavra sacerdote por sacerdotisa.

As linces responden aos bispos

SUMATE À CAMPANHA E ENGADE O LOGO D'AS LINCES AO TEU BLOG, A TUA WEB, AO TEU PERFIL NA REDE SOCIAL, ...

Esta é umha convocatória para que hoje Quarta-Feira [Mércores] 18 DE MARÇO, nos nossos blogs, perfís de facebook, twitter, ... sumemo-nos e de-mos umha resposta contundente aos bispos.

Se tés um blogue ou umha web coloca o logo, escreve umha nota de resposta à campanha da igrexa junto ao logo dos Linces que hai junto a este texto ... se tés algúm perfil dalgumha rede social, substitúe a tua foto manhá quarta-feira co logo d'As Linces.

Eles podem pagar valos publicitarios, pero nós temos a rede.

Se te sumas à campanha, envia umha mensagem coa direcçom da tua blogue, ou da tua web a laslinces@gmail.com

Temos moito que dizer, na defensa dos direitos de cidadania, e faremo-nos escoitar. ;-)

Quen som "As Linces"?

As Linces somos Todas e Todos !!

Deixa um comentário com ligaçom à tua nota en blog, o teu perfil de twitter, o teu perfil de facebook ...

Podes somar-te à Causa aberta en Facebook

Enlace co Blogue d'As Linces

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Aborto, questom de igualdade

Hai quem nos quere fazer retroceder ao pior do século XIX. Hai poucos meses luitando contra a Lei de Igualdade, ou contra umha asignatura que intenta explicar direitos fundamentais e funcionamento social; hai poucos anos luitando contra o direito ao divórcio, séculos luitando contra os direitos das pessoas homossexuais, e desde a origem dos tempos luitando contra os direitos das mulheres. Agora volvem mostrar toda a sua força para paralisar umha lei que só pretende sacar o direito ao aborto do código penal. Fam-no agora, aproveitando que muita gente esqueceu que hai pouco mais dum ano havia mulheres que tinham que comparecer diante dum julgado por ter abortado (Março 2008). Fam-no, porque aproveitam que muita gente nom é capaz de ver a contradiçom que supom que nom permitas que umha moça de 16 anos decida se quere ser nai ou nom, sem que a sua família decida por ela, à vez que aplaudes que nenas de 10, 11, 12, 13, 14 ou 15 anos param.

No fundo é todo umha questom de igualdade. Aí, começando polo Papa, os arcebispos, bispos e umha imensa quantidade de clérigos, tenhem um suspenso secular. Suspenso em Igualdade e Democracia. Todos eles pensam e aceptam que as mulheres nom somos iguais aos homens, pensam que gais e lesbianas nom som iguais a heterosexuais ... que tem que existir por força a desigualdade. Confundem o diferente co desigual, e assim seguem mantendo a sua estrutura religiosa passe o que passe, sofra quem sofra, e se fai falha, morra quem morra, a lume ou a golpe de VIH.

A verdade é que entendo que tenham que reagir com força... Cada dia hai mais gente que nom lhes reconhece autoridade política, cada dia hai mais gente que questiona a sua autoridade moral e mesmo, cada dia hai mais gente que vive a sua espiritualidade longe das suas imposiçons. Sabem que um passo atrás nom tem caminho de volta, e eles necessitam seguir explicando nas escolas que umha nena de 12 anos aceptou a vontade dum ser superior para que parira ao seu filho, sem ter conhecido varom, assim o dim as sagradas escrituras.

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segunda-feira, março 02, 2009

Arroutada conservadorista

Podo escrever os versos mais tristes esta noite... Volvem as malas pessoas ao governo da Xunta. Volvem os de sempre. Os que sempre estiverom e nom nos deixam nem um respiro. Cruzei muitas mensagens sms esta noite, para compartilhar as lágrimas que nom deixavam de brotar. Volviam as mensagens de volta trazendo mais lágrimas. As da nai preocupada pola bolsa de estudos da sua filha. A da moça lesbiana que nom só chorava, senom que tremava polo tsunami que votou contra os seu direitos fundamentais. O das nais com filhos adoptados, preocupadas por umha sociedade racista... e eu pensando nas mulheres ciganas que nos acompanhárom no Foro Social Galego. Pensando em como nos vai governar esse partido marcado pola ética do enriquecemento e polo ódio à igualdade. Por isso nom os felicito. Por isso nom compartilho a idéia de que umhas vezes se ganha e outras se perde. Porque mentres uns o fam como se nom passa-se nada, ou como que o único que passa-se é que perderam eles a nível pessoal, outras e outros choramos as conseqüencias desta arroutada conservadorista da sociedade galega. Umhas conseqüencias que vam fazer mais complicada a nossa vida, que marcam um escuro futuro. Um futuro que vai quadrar coa imagem que tínhamos do passado recente, o da guerra, o da censura, o da corrupçom, o do caciquismo e a ignorância. Forom três anos, com muitos erros e muitas frustraçons, mas eles levam toda a vida! Som os vencedores da guerra, os que viverom felizes o franquismo e os que agora enchem a boca coa palavra democracia e Galiza, para vomitar as suas políticas de destruçom e marginaçom de quem nom som como eles. Por isso, digo-lhe à metade do povo galego que graças por nada, ou mais bem fixechede-la boa!

Quero dizer-lhes a todas as mulheres que apóiam ao PP, que a sua vissom do mundo alimenta a violência machista. Quero dizer-lhes que as vejo cúmplices do maltrato e dos assassinatos de mulheres. Que o seu apoio aos modelos tradicionais da família, ao modelo afectivo-sexual do Vaticano é o culpável de muito sofrimento. Quero dizer-lhes que o que estam fazendo nom vai libralas a elas, nem às suas irmans, nem às suas filhas da gadoupa do machismo. Quero dizer-lhes que som malas pessoas. E como dizia um admirado diretor dos museus científicos de A Corunha, “ no mundo só vencem as forças do mal quando as boas pessoas deixam de fazer algo”. Recolhamos os anacos de todas e todos nós e vejamos de fazer algo melhor, para seguir caminhando ainda que nos doa.

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domingo, março 01, 2009

Hoje vou votar polo BNG

É dia de eleiçons. Miles de pessoas do nosso país acudiram a votar. Outras miles nom o faram. Levo muitos dias pensando que fazer porque tenho muitas contradiçons que resolver, muitas frustaçons que digerir, mas nom quero que sejam esses sentimentos os que dirijam a minha eleiçom este dia. Sempre prefiro guiar-me pola pergunta, e que podo fazer eu?. Penso que o meu voto, e o de muitas pessoas coma mim, de nom emitir-se, pode significar o regresso do Partido Popular ao governo da Xunta, e a pergunta é singela, de verdade é o mesmo?, nom houvo nengumha diferencia entre a realidade que vivemos co PP, a direita governando desde sempre, e estes quatro anos?. Que vai passar se o PP volve à Xunta?. Que repercussom tem isto na atual conjuntura de crise?.

Puxem numha lista as cousas que me parecerom bem feitas polo governo bipartito, ainda que sempre melhoráveis, e noutra o que julguei mal feito ou que se deixou de fazer e eu cria importante.Melhorou-se e muito, o ensino público e a sanidade, freando em muitos aspectos a sua privatizaçom e recorte de serviços como comedores escolares e condiçons de transporte.Representou para mim um avanço importantíssimo a criaçom das Galescolas, e a do organismo público Consorcio de Servicios Sociais e de Igualdade.A promulgaçom da Lei galega contra a violência machista, e a posta em marcha dum programa, ainda nom rematado, de transformaçom dos serviços de atençom e informaçom às vítimas, assim como em geral as políticas de Igualdade aplicadas. A "Lei de Prevención de Incendios Forestais". O Banco de Terras e a revalorizaçom dos valores do rural. A criaçom das UXFOR. A defensa desde as instituiçons do direito ao aborto. Vimos avances na liberdade de expressom e na presença da nossa cultura na TVG e sobre todo na Radio Galega. A Lei de Costas, que paralisou moitas urbanizaçons planificadas a pé de praia. Medidas de apoio ao aluguer de vivendas. O Plano de construçom de vivendas sociais. O enfrontamento coa multinacional PESCANOVA. O discurso em geral da Conselharia de Vivenda que meteu ar fresco contra os valores neoliberais e o jeito de atuar de especuladores e corruptos. O posicionamento da Conselharia de Ensino contra a subvençom a centros concertados que segregam por sexo, umha pequena medida que criou um intenso debate social.

Mas fronte a isso existiu também a claudicaçom ante a corrupçom e sem razom que significa REGANOSA. Continuou-se co projecto da Cidade da Cultura. Apoiou-se a criaçom de piscifactorias, nom só pola sua ubicaçom senom polo que representam de modelo alimentário. Nom se intentou a insubmissom ante as leis que proíbem marcar um prezo mínimo para o leite. Nom se intentou a insubmissom ante as leis que proíbem que ASTANO recupere a produçom. Participou-se na oferenda ao apostolo pedindo-lhe que remate coa violência machista. Nom se intentou a insubmissom ante as leis que proíbem a criaçom dum grupo energético público e outro de telecomunicaçons. Promocionou-se e favoreceu-se a implantaçom no nosso país de fábricas de agrocombustíveis. Nom se enfrentou o cultivo e consumo de trangénicos, quedando-se só numha declaraçom do parlamento. Nom se intentou a insubmissom ante as leis que proíbem aplicar medidas protecionistas para os alimentos produzidos aqui. Nom se intentou a intervençom das caixas de aforro, para iniciar a sua transformaçom num banco público galego. Nom se desmantelou ENCE e se apoiou soterradamente a proposta do seu traslado às Pontes, onde se chegou, no seu tempo, a promover umha manifestaçom pedindo mais quota de CO2, o mesmo se fixo co maldito AVE. Nom se puxo freio às grandes empresas abusadoras do nosso entorno e parasitas da nossa economia como ENDESA, FENOSA, MEGASA, INDITEX, e o bezerro de ouro CITROËN, que representa um modelo de transporte nocivo e obsoleto.Nom se estivo à altura das circunstancias no último temporal de Janeiro, aproveitando para meter nos tribunais a FENOSA. Mantivo-se um discurso baseado na economia produtiva e o desenvolvimento, na vez da economia necessária ou social e o decrecemento.

Som sobre todo medidas de caractere estrutural, medidas que vam orientadas à deconstruçom do sistema econômico atual para abrir passo a outro modelo. Hai que somar a isto um escasso diálogo e apoio nos movimentos sociais, salvando algumhas excepçons, à hora de elaborar e aplicar as políticas. É paradógica esta situaçom sabendo que som sobre todo militantes do BNG e do PSOE quem conforma em boa parte o activismo social, sobre todo no movimento feminista, no ecologista, no vizinhal e sindical.

Mas a realidade di-nos, que a sociedade galega segue a ser umha sociedade dividida, onde som moi numerosas as pessoas que apóiam o projecto da direita, unida e moi activa, representada, principalmente, polas siglas do PP, e apoiada desde os espaços e instituiçons do integrismo católico no nosso país. Um sector da nossa sociedade que fai umha forte oposiçom ás poucas medidas de esquerdas que se estám aplicar. Ponhamos por exemplo a resistência a talar muitos dos eucaliptos que incumprem a lei de prevençom de incêndios e que tantos destragos causárom nestes últimos temporais. Ponhamos por exemplo a decissom do jurado popular de absolver a quem assassinou a dous moços em Vigo, numha das maiores mostras de homofobia ocorridas no nosso país nos últimos tempos. Ponhamos por exemplo a folga convocada polos médicos que querem cobrar a exclusividade na pública quando se adicam, e muitas vezes com maior devoçom à prática privada. Seria um longo relatório de exemplos de valores, actitudes e crenças que sustentam umha parte ainda moi maioritária da sociedade galega que nom quere cámbios, que nom quere igualdade, que nom quere que se respeite o médio ambiente e nom lhe importa tampouco muito os métodos que se utilizem para conseguir isto. A guerra de Iraque, o Prestige, os escándalos de corrupçom ou mesmo o anacronismo na organizaçom da hierarquia católica e os valores afectivo-sexuais e modelo familiar, nom parecem ter feito melha neste sector povoacional que se mantem mais ou menos inmóvil nos seus posicionamentos.

Hoje, tenhem posta a esperança de volver recuperar esse espaço de poder que nom controlam os seus, porque sim o fam em muitos concelhos, sim o fam em duas deputaçons e sim o fam no poder econômico. Eu vou ponher o meu voto na furna pensando nisso. Em que nom quero que volvam e em que os movimentos sociais, nestes próximos quatro anos, vam ser capazes de acumular mais força e mais organizaçom, para poder conseguir cambiar as políticas e sobre todo porque todas, absolutamente todas as pessoas que queremos umha sociedade mais justa e em igualdade, temos a responsabilidade de conseguir que esta situaçom de crise mundial nom se converta num avanço dos valores racistas, xenófobos, homofóbicos e machistas, que embruteçam a nossa sociedade mediante propostas de cadeia perpetua ou pena de morte, soluçons militaristas e repressom policial. E penso que esse objectivo vai ser muito mais difícil de conseguir cum governo de direitas.

Por quê vou votar o BNG e nom outra força política? Porque miro o mundo cos olhos de galega, e porque é a força com possibilidades que tem mais capital político e humano. Pode ser mirado como excesso de pragmatismo, mas nom penso que o sofrimento que acarrearia umha volta do PP, mereça ser o pago por um voto de castigo ou um voto de aleizoamento.

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