segunda-feira, novembro 30, 2015

Quando as vítimas som eles

Este ano, Sergio e Manuel, perderom a vida, em Arbo e Ponte Caldelas. Sergio estaba com Beatriz, também assassinada. Manuel aguardava a Sandra, o assassino nom a atopou e salvou-se. Os zarpazos do patriarcado quitarom-lhes a vida, vitimas do perverso amor romántico, que sementa possessom frente a liberdade, ditadura frente a eleiçom. Duas vítimas mais da violência machista a engadir à lista deste ano. Duas vítimas que nom perderom a vida polo feito de ser mulheres, mas sim polo machismo que reclama a sua propriedade, aquilo que lhe pertence absolutamente e que ninguém mais pode compartilhar.

As mortes de Sergio e Manuel estam-nos sinalando que ninguém está livre, nem os próprios homens, desta violência que estamos tardando tanto em descifrar, passo indispensável para desterra-la das nossas vidas. A lei nom as nomea, como tampouco reconhece às crianças vítimas. Nom se trata de recolher mais ou menos ajudas, de agarrar-se a essa Lei para as famílias compensar o dano feito, trata-se sobre todo, de ajudar a compreender as muitas aristas deste mortal poliedro. Umha chamada aos homes para que sejam conscientes de que a Igualdade também é para eles o paraíso a conquistar.

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segunda-feira, novembro 02, 2015

Maldit@s! (Para quem estivo e está a trabalhar para que a unidade nom seja possível)

Maldigo-vos! Por cem, por mil, polas mil primaveras que nos estades a roubar! Maldit@s! Porque era o momento, porque agora queda ver como toca a orquestra mentres o sonho feito barco se afunde... Maldit@s! Porque nas vossas decissons de mesa e taberna, estam em jogo as nossas vidas, o nosso futuro individual e colectivo. Maldit@s! Porque abristes o caminho aos lobos famentos que nos vam devorar coas suas mandíbulas neoliberais-conservadoras. Porque só numha única barca poderíamos nom naufragar na travessia. Porque o monstro tem mil cabeças e precisamos todas as espadas para vencê-lo. Porque os caminhos deveram confluir agora que temos os cantis tam à beira! Agora cada passo que nos adentra mais na pobreza, cada volta de torca que nos asfixie na falta de liberdade, cada cacho de território roubado ou deturpado, cada maleta caminho doutras terras, cada infáncia roubada, cada alegria sequestrada em cada mesa, em cada festa... será também fruito da vossa psicopatia política, que vos converte em território ermo para a empatia co sofrimento deste povo. Maldit@s!

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