quinta-feira, setembro 25, 2008

A mantenta da celebraçom na Galiza do VII Encontro Internacional da Marcha Mundial das Mulheres

"O direito ao aborto é o refugio ideológico onde o máis ráncio do patriarcado pretende dar a súa batalha final"

Lupe Ces Rioboo,
docente e integrante Marcha Mundial das Mulleres


O vindeiro Outubro, Galiza converterase no lugar de acollida do VII Encontro Internacional da Marcha das Mulleres, que supón este feito para o feminismo galego?

Por um lado que Galiza seja anfitriona de tantas mulheres, activistas feministas dos cinco continentes, é um reflexo do caminho andado desde o ano 2000, no que constituimos a Coordenadora Nacional Galega da Marcha Mundial das Mulheres. O feminismo galego tem umha história organizativa, de pensamento e discurso, que está na base da vida da Marcha Mundial das Mulheres na Galiza, e também nas distintas expressons feministas que hoje convivem na nossa sociedade, no ámbito cultural, artístico, académico e institucional. Todo o que temos agora debémos-lho a aquelas que na década dos setenta e em plena ditadura reivindicárom-se feministas.

Que se espera deste VII Encontro?

Agardamos que , como passou coa mobilizaçom europeia convocada pola MMM em Vigo no ano 2004, e que reuniu a miles de mulheres na primeira Feira feminista, em tres Foros de debate e numha grande manifestaçom popular, este VII Encontro Internacional seja um passo mais na melhora das vida das mulheres, e polo tanto um passo mais na democratizaçom e na construçom dumha sociedade mais justa. Dentro desta valoraçom, cumpre fazer especial mençom de que com este VII Encontro e as actividades que o vam acompanhar durante a fim de semana do 18 e 19 de Outubro na cidade de Vigo (Foro e Feira de Soberania Alimentaria, Manifestaçom e Milhadoiro, Encontro de Xovenes Feministas ) queremos conseguir tecer redes entre as mulheres do rural galego( o feminismo foi tradicionalmente um movimento de mulheres urbanas), e as mulheres das cidades. Também estamos trabalhando com colectivos e movimentos sociais que até agora semelhavamos ser compartimentos estancos, e este VII Encontro descubriu-nos que temos muitos obxectivos em comúm e podemos aportar distintas perspectivas que se complementam e enriquecem, como é nesta ocassom co direito à soberania Alimentaria.

Cales son as principais reivindicación e obxectivos a acadar durante os próximos anos?

Precisamente as delegadas que tenhem pensado comezar os seus debates o próximo día 14 de outubro na Residencia de Panxón, vam avaliar o Plano estratégico aprovado no Encontro de Perú de hai dous anos, e aprovar a mobilizaçom mundial do ano 2010. Reforzar a organizaçom e o discurso da MMM nos blocos de acçom que nos temos marcado ( Aceso aos recursos e Bem Comúm, Violência, Trabalho e paz e Desmilitarizaçom) nos permitirá chegar ao 2010 preparadas para cumplir cos obxectivos dessa grande mobilizaçom mundial que vimos preparando.

"Aos velhos estereotipos somam-se agora os novos, que falam da ambiçom das feministas, dado que parece que o temos todo acadado"

Cre que os vellos estereotipos sobre o feminismo e as feministas aínda continúan vivos?

Claro que sim, ainda que máis debilitados e cada vez com menos defensores na sociedade galega, falar doutros ámbitos geográficos ou culturais seria mais complicado. O problema é que aos velhos estereotipos somam-se agora os novos, que falam da ambiçom das feministas, dado que parece que o temos todo acadado, ou mesmo da facilidade cos que se consiguem postos de responsabilidade e o subsidiadas e favorecidas que estamos as mulheres neste momento. Som novos estereotipos cos que temos que loitar moi duramente.

O Encontro celebrarase no medio da polémica xurdida trala creación da comisión de estudio da reforma da Lei do Aborto e logo do caso da Clínica Isadora. Que opinión lle merece a decisión do goberno e que principios sería necesario que se recollese para garantir unha lei eficaz?

O direito ao aborto é neste momento o refugio ideolóxico onde o mais rancio do patriarcado pretende dar a súa batalha final. A súa batalha final, para ganha-la e desencadear um proceso de cambio ideolóxico na sociedade e volver a meter no oscurantismo e na dor, a sexualidade das mulheres e a maternidade. Polo tanto a reacçom social, nom só das feministas, senom das mulheres em geral e dos grupos políticos, que apoiarom coa mobilizaçom, as autoinculpaçons e os pronunciamentos públicos e no parlamento, às mulheres e às clínicas acosadas desde algúm julgado e desde algumha organizaçom ultracatólica, foi importantíssima. A polémica vem agora dada pola Comissom de Espertos elegida pola Ministra de Igualdade, onde o movimento feminista ou as clínicas nom estám representadas, e pola eleiçom dentro do Conselho do Poder Judicial, de magistrados que seguem a pensar que as mulheres que decidimos abortar somos umhas assassinas.

Considera que medidas como a paridade das listas favorecen a plena igualdade entre mulleres e homes ou son medidas populistas destinadas a desviar a atención de problemas máis importantes?

Som medidas importantíssimas, que tiverom um efecto inmediato em muitos aspectos. De súpeto passamos de ter listas onde as mulheres nom queriam participar em política, ou nom existiam, a que os partidos tivessem que buscar e deixar sitio para as mulheres, e claro que aparecerom!! Tam válidas ou tam inútiles como os seus companheiros varóns. Que umha mulher perda a vida a maos do seu companheiro é grave, mas isso nom pode ser excusa para deixar de aprovar ou defender medidas que som direitos democráticos como o é asegurar a participaçom política do 50% da sociedade tradicionalmente excluida.

Algunhas mulleres consideran que se está a producir unha rebaixa do ideal feminista. Comparte esta opinión?

Por suposto que nom. O que está a suceder baixo o meu ponto de vista e atendendo à minha experiencia é que o feminismo está em expanssom em todo o mundo e está chegando a todos os ámbitos humanos, mesmo está toleando-lhe a cabeça aos homes das hierarquias religiosas mais misógenas. Um feminismo mais cercano, mais achegado aos problemas reais das mulheres e das sociedades, e um feminismo em coaligaçom co resto dos movimentos de transformaçom social, eis o feminismo que vejo eu no século XXI.

Que futuro lle agarda ao feminismo como movemento político, de militancia e crítico nun mundo globalizado e en plena crise do social?

Ainda que penso quedou um pouco definido na resposta à pergunta anterior, todas desejamos que o futuro do feminismo esteja cargado de éxitos como o está este curto percorrido de dous séculos. Ainda assim somos conscientes das ameazas e dos perigos e atrancos que no presente e no futuro máis inmediato, já nos estám ensombrecendo o caminho, a re-organizaçom e presença mundial dos integrismos religiossos e da extrema direita; a hegemonia do modelo económico capitalista que gera pobreza e destrucçom do planeta. Mas hai que falar de que nos próximos días mais de 150 mulheres reunidas num pequeno país chamado Galiza, vam tecer sonhos dum futuro de Paz, Justiça, Liberdade, Democracia e Solidariedade para toda a Humanidade.

Entrevista realizada polo Movemento polos Dereitos Civís
Publicada no xornal "Gz Nación / En Movemento"
Setembro de 2008

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