Hoje umha nena de 4 anos informou a toda a aula que a sua madrinha dixera que era a moda das pulseiras. A mestra perguntou-lhe que era isso da moda. Muitas fôrom as vozes que voluntariamente explicavam ao grupo que a moda era levar pulseiras, até se dixo que a moda era desfilar coas pulseiras. Entom, no meio das explicaçons, um neno de cinco anos afirmou "a moda é levar as pulseiras para estar guapas e casar". Quando a mestra lhe perguntou se também se levavam pulseiras para estar guapo e casar, o neno dixo que nom, que isso era só cousa de rapazas.
Abriu-se todo um coro de apoio a essa crença tam rotundamente afirmada. Só quando a mestra começou a perguntar se conheciam a algum homem ou rapaz que levase pulseira, comezou a nomear-se a algúm pai, tio ou curmám. Deixo aqui o relato. Deixo neste ponto esta assembléia de pequenos e pequenas. Agora perguntemo-nos como é possível, que estas crenças que mantenhem desigualdades, podam estar tam presentes nestas idades tam temperas. Queria trazer a estas linhas um pequeno exemplo da presença do patriarcado no pensamento das crianças. Um patriarcado que para muita gente nom existe. É certo que pode ser invisível, ou aparecer em pequenas cousas como as que vos acabamos de relatar, mas é o mesmo patriarcado que levou a vida estes dias, de duas mulheres assassinadas em menos de 12 horas polas suas parelhas. Som partes dum todo. Por isso existe e trabalha o feminismo, por isso o esforço em associaçons, movimentos... Levamos dous séculos fazendo reunions, mobilizaçons, escrevendo livros... para destruir a fantasma do patriarcado. Umha fantasma que pode acabar coa vida dumha mulher ou filtrar-se na mente dumha criança.
-----
Um comentário:
Un fantasma devil,inseguro,aterrorizado,consciente do seu pánico,da sua cobardia,o espello donde se mira o home e non se recoñece pois mira a umha muller.O camiño universal pode co traze o home,mais quen o dirixe
e Sofia.
Doutra maneira andamos perdidos.
Postar um comentário