quarta-feira, novembro 25, 2009

Avoinha, avoinha… que dentes tam longos tês!

No mitim onde se apresentou a futura Lei de Economia Sostível, Zapatero reiterava mais umha vez, que o PP “nom tem projecto para Espanha”. Quem convenceu à cúpula do PSOE de que esse lema era necessário e útil para criticar à oposiçom conservadora, equivocou-se de pleno. O PP tem um projecto perfeitamente definido, e está articulado co poder financeiro e a hierarquia católica. Na Galiza, o seu projecto é tam claro, que só o medo a tensar demasiado a corda e ter que enfrentar-se a um reagir social como o do Prestige, fai que os motores vaiam a meio gás polo de agora, mas o rumbo do barco deixe umha estela inconfundível. É por isso que todos os esforços deveriam estar orientados a desenmascar esse projecto diante da opiniom pública, e nom a negar a sua existência como um defecto ou carência. Ogalhá esta direita nom tivesse claro o que tem que fazer!

A ONU afirma que o benestar dumha sociedade mide-se polo nivel de igualdade e direitos das mulheres nela. Da mesma forma poderiamos avaliar a acçom política do Partido Popular. É em datas como a do 25 de Novembro, onde mais oportunidades hai para pôr o termómetro social e indicar como está a temperatura da sociedade galega em quanto a direitos e liberdades das mulleres. O diagnóstico é reservado. Existe ademais umha complicaçom engadida que está sendo muito difícil de atalhar. É coma no conto da Carapuchinha, o lobo que a quere comer pom-se as roupas da avoa para engana-la, é dizer, fazer umha cousa coa intençom e a resoluçom de conseguir precisamente o contrário.

Marta González, directora do SGAI desde o 2003 ao 2005, coa Conselheira de Familia, Muller e Xuventude, Manuela López Besteiro, e actual Secretaria Xeral de Igualdade co governo de Feijoo, anunciava diante dos medios de comunicaçom, que a prioridade para rematar coa violência contra as mulheres estava na educaçom, e de feito, sobre este ponto gira a campanha institucional deste ano. Avoinha, avoinha… que olhos tam grandes tês! Som para ver-te melhor minha filha. A loucura privatizadora, o recorte do professorado, o apoio e defensa dos centros que segregam por sexos ao alumnado, as críticas à asignatura de educaçom para a cidadania, a ausência da educaçom afectivo sexual… som as realidades que vam socavando a escola como um serviço público e o rol que deveria jogar na eliminaçom da violência de género.

Na declaraçom institucional deste ano, a Xunta de Galicia incide que neste 25 de Novembro deve-se reflexionar sobre as medidas a tomar para “garantir a atención inmediata e especializada ás vítimas”. Avoinha, avoinha… que nariz tam longo tês! É para cheirar-te melhor minha filha.

O abandono do desenvolvemento da Lei galega contra a violência machista, o futuro incerto dos Centros de Recuperación Integral, o despido das 61 pessoas e feche das oficinas, a maioria no rural, de I+B (Igualdade e Benestar),… convertem a declaraçom institucional em papel molhado pola baba do lobo relambendo-se ante a Carapuchinha.

Avoinha, avoinha… que dentes tam grandes tês! O final deste conto está por escrever.

Poderá Carapuchinha enfrentar o desmantelamento dos serviços públicos que garantem o exerciço de muitos dos seus direitos? Será quem Carapuchinha de conseguir os recursos necessários para deconstruir os mitos e crenças que alimentam a violência machista? Poderá Carapuchinha evitar que muitos desses recursos sejam absorvidos umha e outra vez pola actividade financieira regida pola especulaçom e o enriquecemento sem límites?

Nas últimas oposiçons organizadas polo SERGAS em Silheda, ao redor de 15.000 pessoas deambulavam entre as naves agardando o começo das provas. Um grupo importante de pessoas, na súa maioria gente nova, adicava-se a recolher sinaturas para pedir cadea perpetua para os condenados por assassinatos machistas. Hai pouco apresentava-se umha iniciativa legislativa popular avalada com 30.000 sinaturas para que o governo galego ponha os medios para que as mulheres, nomeadamente as adolescentes, acavem aceptando levar a termo o seu embaraço. Nas misas reparte-se propaganda e desde os medios de comunicaçom ameaça-se coa condenaçom eterna. O activismo de direitas toma as ruas e inxecta ideologia, apresentando ante a sociedade as soluçons mais populistas e feroces, aos problemas sociais. O activismo de esquerdas vai ter que atopar o atalho no bosque para buscar esse final feliz no que nos vai a vida e a esperança.

Mércores 25 de Novembro, 2009
Lupe Ces

Publicado em Tempos Dixital
Revista de Informaçom, opiniom e debate na rede.

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