Sara, desculpa, mas nom te estranhe que se apagaram já as novas sobre a tua morte. Todas vós sodes flor dum dia para os médios de comunicaçom. Ademais, no teu caso, case passas desapercebida. Falou-se mais del. O teu assassino puxo-se-che diante até o dia depois, coma querendo tapar o último sol que puideira descobrir o teu próprio brilho. A experiencia di-nos às feministas, que deveu ser assim toda a vida. O patriarcado cria-os assim, e a nós nos educa para atura-los. Umha vida enteira de trabalhos e panos quentes. Entender, comprender, aguantar, suportar... Porque quando eles se cansam da vida, molesta-lhes ver que nós a coidamos, a mantemos, a alentamos... Hai quem prepara o seu suicídio rompendo cartas, queimando livros, mesmo queimando a casa, como querendo borrar, sacar de diante todo o que é e o que foi. Um xeito de matar-se nas cousas que lhe derom vida. Estes machistas, incluem-nos a nós entre as suas pertenças, como um objecto mais, somos parte da sua vida, cumpre logo que nos suicidem com eles.
Agora irás sabendo a historia de muitas, de centos, de miles coma ti... e também saberás da nossa rebeldia, das nossas alternativas, da nossa resistência. Agora Sara, irás para sempre colhida da mam de todas nós, as feministas de onte, de hoje e de manhá. Som malos tempos Sara, tempos de sombras. Tempos de Gallardon-s, Netanyahu-s, Juncker-s, Obama-s, Poroshenko-s... Tempos nos que hai que, se cadra com mais força, entrelaçar as nossas mans.
[*] Sara Fernández Camiña foi assassinada polo seu home em Pazos de Borbén o 29 de Julho de 2014
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