domingo, dezembro 29, 2013
O Natal de Isabel
A tua era umha morte aguardada. Polo esforço colectivo por conhecer e investigar a violência machista, sabíamos que nestas datas as agressons aumentam, o risco de morte eleva-se nas estatísticas e sempre cumpre aguardar o pior.
Para alguns estamentos conhecedores desta realidade, esta informaçom lera-se com menor interesse que o aumento da velocidade do vento ou a intensidade das precipitaçons. Quando menos, ante esses adversos meteorológicos sempre estam as alertas amarelas, laranjas e vermelhas, e os Planos de Proteción Civil. A vida das mulheres tem menos valor que a dumha árvore caída na ciclogênese explosiva.
Tocou-che a ti Isabel protagonizar a lista interminável de mulheres mortas. Numhas datas onde a família e as relaçons afectivas som o epicentro das celebraçons, o conflito sem resolver derivado da organizaçom patriarcal das mesmas, nom fai máis que dar oxigeno ao lume da violência machista. Um home com quem compartiches afectos, intimidade... decidiu por ti, decidiu sobre a tua vida, decidiu por riba da tua vida. Assim, como outros homes co apoio dalgumhas mulheres, pretendem decidir por todas nós, quitando-nos por lei a soberania sobre o único território de propriedade sagrada, inviolável, que é o nosso corpo.
Mentres te arrincavam a vida, noutro extremo do país, a folga de fame dum grupo de resistência ao machismo na cidade da Corunha, mulheres de Ve-la Luz, vem mostrando durante mais de vinte dias, a hipocrisia dum poder político e judicial que esconde trás as cortinhas de fume das denuncias falsas, do Síndrome de Alineación Parental, da custodia compartida imposta... a sua misoginia, o seu medo à liberdade das mulheres e a sua resistência a entender que a desigualdade está na raiz da violência contra as mulheres que nom cessa; a sua resistência a que lhes desconstruamos este mundo injusto e violento sobre o que se mantenhem os seus privilégios.
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Grazas!
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