domingo, abril 25, 2010

Contra o fascismo sem fisuras



Acudim hoje à concentraçom convocada por umha dúzia de organizaçons baixo o lema "Pola Xustiza Universal, contra a impunidade do franquismo". Umhas mil pessoas acudírom a esta convocatória, mas eu sabia, e me doíam, as muitas ausências. O meu sindicato, CIG, e outras pessoas situadas ideologicamente à esquerda, nom acudirom, mesmo se desligárom publicamente da mesma. A figura do juíz Baltasar Garzón, prevalecia sobre outros argumentos à hora de fazê-lo. Pesou-lhes mais a imagem que da convocatória faziam os médios de comunicaçom, que repetiam e repetem que foi umha mobilizaçom em apoio ao juiz Garzón, que os comunicados emitidos polas organizaçons convocantes, antes, ou lidos nas distintas concentraçons. Pesou mais essa figura trajeada entrando e saíndo da Audiência Nacional, que os lemas das faixas que encabeçavam as distintas manifestaçons organizadas nesta jornada, dentro e fora do Estado Espanhol. A cegueira política e ética, confundiu-nos. O pulso nom se dá por saber si Garzón é condenado ou nom a avandoar a magistratura, se é culpável de prevaricaçom ou nom. Aqui do que se trata é de se os crimes do fascismo podem ser julgados ou nom.

"VERDADE, XUSTIZA E REPARACIÓN", esse foi o lema da faixa que em Ferrol, encabeçou a concentraçom da Praça de Armas. Umha faixa que as pessoas que trabalham a prol da recuperaçom da Memória Histórica, cederom para que protagonizaram o acto a familiares das vítimas da ditadura franquista em Ferrol. Alí estavam para lembrar-nos o longo caminho andado em soidade durante todos estes anos. Alí estavam para lembrar-nos que ainda hoje é um caminho proibido, silenciado, penalizado... Alí estavam para demostrar-nos que o monstruo se levanta cada vez que escoita os seus passos, as suas vozes, que sente a sua sede de justiça. Por isso, hoje, nom se lhes podia deixar sós. Porque pese ao que representa para muitos e muitas de nós a figura do juiz Garzón, ante o fascismo nom pode haver fissuras.

Quando vim o filme "El laberinto del Fauno", reconhecim as cores de muitas das passagens da minha infáncia. De nena nom entendia muitas cousas, mas havia pessoas como o avó dos meus curmáns, ou o padrinho dumha das minhas irmás, que sabia que tinham algo que os diferenciava dos demais. Andando o tempo da minha vida, enterei-me que á avoa da minha curmá, na casa onde celebráramos muitos anos o seu aniversário, no bairro de Canido, vinheram-lhe buscar ao home para matá-lo e deixaram-na soa com seis filh@s. Ela me mira ainda agora, desde as fotografias que conservo desses anos cumha imensa tristeza. Como se esse fosse o único xeito que se poidera permitir de rebeldia. Alí aparece, entre os rostros sorrintes pola festa, a sua abrumadora e interrogante tristeza. Logo conhecim à família de Amada García, e hai moi poucos anos descubrim que à nena que compartilhava comigo muitas horas de instituto, fuzilaram-lhe o avó, Mendiguchía Real. Escoitei-na reivindicar firme e afectuosamente a sua memória, num acto no peirao de Ferrol na visita do barco Idra. Comprendim que quando representávamos no instituto a obra "O Pequeno Príncipe" de Antoine de Saint-Exupéry, ela já conhecia que significava a palavra Liberdade.

---

3 comentários:

Anônimo disse...

Parebens Lupe pola túa valentía e a túa visión política, que nestes tempos anda moi escasa

Susete70 disse...

Recalcar o dito polo anónimo,unha mostra de valentía e conciencia social pola tua parte.

Saber ser de esquerdas,e algo máis cunha militancia,que tomen boa nota tod@s estes dirixentes sindicáis,que o único que fan e fragmentar dividir e contaminar o que de verdade ten que ser.Tocanos camiñar xuntos,todalas clases obreiras contra os ataques do fascismo e da extrema-dereita deste merdo-sistema .

Saúde e parabéns pola tua integridade

Alba López Sánchez disse...

Gostei muito do texto... comparto cada verba da reflexom que contem.
Unha aperta e a seguir luitando coma sempre.

Alba Lopez (a da guitarra)