Passam os dias e nom chegas. Primeiro pensei que quererias coincidir co aniversário do teu avô Andrés. Logo que chegarias quando a marcha contra o golpe de estado em Honduras pisara as ruas de Tegucigalpa. Hoje até pensei que agardavas a que se reconhecesse a figura de Moncho Reboiras como vítima da ditadura franquista. Em fim, que aproveitarias neste mês de Agosto qualquer boa nova que nos curasse um pouco as feridas abertas pola ofensiva conservadora que padecemos desde hai cinco meses. Assim, asseguravas-te de encontrar-nos alegres e sobre todo com esperança.
Mas tês que saber que o teu nascimento vai ser umha grande alegria para nós, para toda a gente que te queremos e te imos querer. Por isso quero escrever esta carta para ti, para que te decidas a começar essa longa marcha que vai ser a tua vida. Só a tua nai e mais ti podeis fazê-lo possível. Esse primeiro caminho ides recorrê-lo ti e mais ela sós, ainda que o teu pai estará também ali acompanhando o momento no que abras os olhos, por ver se che rouba a primeira olhada. Eu confio em que o fareis bem, porque sabes?, a túa, é umha vida desejada. Terás tempo logo de saber que entre outras muitas penalidades neste mundo, hai gente com poder que fai que cheguem a este castigado planeta, vidas nom desejadas. Ti pola contra vês ligeiro de cargas, ainda que em quanto nasças, sem saber onde as traias agachadas, vás começar a dar ao teu redor alegria, tenrura, esperança, força... Ti, tam pequeninho e tam generoso.
À vida nom lhe tenhas medo. Tem sempre presente que é algo que tem principio e final, e terá momentos maravilhosos para ti. Aprenderás a querer à Humanidade nos seus muitos acertos e a corresponsabilizar-te dos seus terríveis erros. Assim, começarás também a viver para ajudar a que nom se repitam.
Pido-che que te decidas a abraçar a vida. Tês umha nai e um pai que devecem por dar-te alouminhos, cuidar de ti e volver a surpreender-se nos teus olhos coas cousas que vaias descobrindo. Vem quanto antes, agardamos-te.
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