segunda-feira, abril 14, 2008

A liberdade para eleger


Na prensa de hoje, que incluía os seus suplementos dominicais, aparecia anunciado um novo produto que permite, sem passar polo quirófano, aumentar o volume dos peitos. Trata-se dum gel de ácido hialurónico que se inxecta e precisa de manutençom cada seis meses. O seu preço oscila entre 3.000 e 4.000 euros. Porém, noutra das publicaçons que acompanhavam hoje os diários, dentro dumha entrevista à cantante Rosario Flores, aparecem as seguintes declaraçons:

"Ainda hai quem me sugere que me opere, que me ponha umhas tetas algo visíveis. Custa-lhes entender que eu estou feita para o meu, para pegar saltos derriba do escenario. Ademais, o público nom deve distrair-se coas minhas mamas. Tem que fixar-se na minha arte, que é o que importa".

Sei que muitas pessoas mantenhem que a liberdade de eleger é o mais prezado dos bens, e que estas duas respostas ante a possibilidade de modificar o tamanho dos peitos, manifesta a diversidade e riqueza da nossa sociedade. Sei que hai quem pensa que a liberdade para eleger, a liberdade pessoal, está por riba de critérios morais, éticos ou políticos. Mas num mundo, onde se nos demonstra cada dia a necessidade de reduzir o consumo e a produçom, que os recursos som limitados, e as consequências som trágicas par milhons de pessoas, hai quem elege investigar, produzir e vender para o superfluo, para centrar a atençom, no que verdadeiramente importa, um centímetro mais o menos de teta. Eu, desde a minha liberdade pessoal, mostro-lhes o meu mais sentido desprezo.
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