Nunca
foi para mim tam difícil decidir o voto. O veram arrecendia a unidade. O
optimismo prendia em muitas vontades. O outono veu murchar essas
esperanças e adiantar um inverno que no meteorológico nom se deixou ver
ainda. Agora cumpre decidir, arranxar o coraçom partido e situar-se,
cada quem como se o seu voto fosse o decisivo.
Aí intentei
colocar-me eu para saber que era o que eu devera fazer este domingo. E
no impulso comunicativo, coa sua pinga de arriscado exibicionismo, que
impulsa todo o que escrivo, quero argumentar o que é que vou fazer nesta
cita eleitoral, das mais importantes que levo vivido.
Cumha
mistura de medo e vertigem, acolhim as enquisas que asseguram o êxito da
candidatura En Marea, e uns moi malos resultados para NÓS Candidatura
Galega. Medo a que só umha das partes que estavam chamadas a construir
um processo de unidade popular acade representaçom. Vertigem ao nom ter a
seguridade de que só sejamos o ponto 277 [1] dum programa eleitoral.
Vertigem ao nom reconhecer-me no país que querem construir comigo. Medo a
desaparecer no médio dumha estratégia, que coa melhor das vontades,
quere colocar-mo-nos como povo numha táboa de surf que nom colhe a onda
que precisamos. Medo a que essa táboa nom tenha o suficiente contrapeso e
acabemos afogando em mares alheios.
O êxito de En Marea está
assegurado, contam coas camas elásticas das televisons e os lideres
mediáticos. Mas eu quero que também todo o capital político, de
resistência cultural, social e humano que representa NÓS Candidatura
Galega, tenha umha parte no poder político que se reparte o domingo no
Estado. Porque quero ajudar a impulsar todo o processo de transformaçom e
novos liderados que conseguiu o nacionalismo de esquerdas neste país, o
meu, e que nom está completado. Um cámbio na metodologia política, no
discurso, nos programas e propostas, que nom esta rematado, e nom se
pode frustrar. Um cambio generacional que assegura um jeito de vê-lo
mundo que tem no epicentro Galiza, a vontade de ser e exercer como
naçom. Umha oportunidade de desembaraçar-se de servidumes a poderes
económicos, que souberom, em ocassom, mechar às estruturas e influir em
estrategias que os beneficiavam.
Se hai algumha possibilidade de
que Galiza conte cum grupo parlamentar próprio nas Cortes, e que exerça
essas funçons, vai ser coa palanca da representaçom de NÓS Candidatura
Galega. Ademais pensar que a representaçom que pudera acadar NÓS,
facendo-lhe caso a algumha das enquisas, pudera ser a costa de sacarlhe
diputados ao PP, também é umha morbosa e saudável motivaçom a ter em
conta.
Quero ir votar o domingo como se o meu voto fosse o
decisivo, o que marque que a candidatura de NÓS tenha representaçom ou
nom. Por mim nom vai ser. Eu vou botar NÓS Candidatura Galega.
[1] Programa de Podemos (Punto 277 - Direito a Decidir).
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