Mónica, hoje nom pensei só em ti. Pensei em todas as mulheres ameaçadas, extorsionadas... e pensei em todas as nenas de dezasseis anos que nom vam ser obrigadas a ser nais. Demitiu o ministro, desbotou-se a lei... alegremo-nos.
Mónica, hoje nom pensei só em ti, mas levo dias pensando em ti. Ainda que nunca te vejo soa. Sempre com Elisa, a de Cabanas, que che acompanha em silêncio, como se o feito de que o seu assassino, depois dum ano, esteja ainda falando livre, a condena-se a ela, ainda depois de morta, a um silencio profundo.
Mas eu nom veia o dia no que falar contigo. Mais bem, nom queria vê-lo, porque me faltava valor. Valor para fazer-che as perguntas que nom sei se contestarás. Valor, porque hai que ter valor para olhar-vos a todas vós, assassinadas, suicidadas, mortas polo machismo.
Mas permite Mónica que intente compreender como fuches quem de ter ti tanto valor, como foi que juntaches forças para dizer nom, como fuches quem de falar co teu assassino, de liberdade, da tua liberdade. Tantas e tantas horas mantendo a vida, del, das tuas filhas, da família e doutras famílias... Mas el nom queria a vida, nom queria às filhas, nom sabia querer-te a ti, e nom sabia querer-se a el mesmo...
O machismo é umha erva invasora que destrói os coraçons. Um mal cancro que devora ao ser humano e sementa morte. Um ébola mortal para a felicidade. Ti olhaches de fronte, quiseste soa combater à besta. Sabemos que soas nom podemos. Mulheres valentes! Soas nom! Nom queremos mais mortes!
* Mónica Lorenzo foi assassinada em Barro o 24 de Agosto de 2014.
* Elisa Maria Abruñedo, foi assassinada o 1 de Setembro de 2013 em Cabanas, o seu assassinato ainda nom foi resolto.
---
Nenhum comentário:
Postar um comentário