quarta-feira, março 06, 2013

De defecto a virtude


Ao medio dia de onte, à saída do meu posto de trabalho, informarom-me de que algumhas das iniciativas, que um grupo de pessoas afiliadas a Anova de Ferrol levamos adiante nos últimos meses, no processo constituinte da organizaçom na nossa comarca, ocupavam a primeira plana dalguns jornais digitais. Depois dumha primeira reacçom de perplexidade, de constatar logo por mim mesma, que era assim como me contavam, cumpre a conseguinte reflexom sobre o estado de opiniom criado; de fazer-nos a pergunta do porque estas iniciativas som merecedoras do interesse informativo; e por suposto, aclarar a intençom das pessoas que levamos estas iniciativas, e dar umha explicaçom de porque, às vezes, o que parez defecto, torna-se virtude.

Anova é umha organizaçom moi recente, mas que tem um crescimento exponencial, junto a um apoio popular expresado a través da coaliçom eleitoral AGE, que podemos qualificar de, quando menos, sorprendente. Som varias as culturas políticas que confluem em Anova, e distintas as geraçons que tenhem que conviver para botar a andar umha organizaçom que tivo que afrontar um processo eleitoral, case no momento do parto, conseguindo convulsionar umha campanha e mostrandose como um revulsivo institucional.

Mas o que para mim é ainda máis sorprendente, é que todo isto se fai questionando-se o tradicional modelo de partido político, intentando que a nova construçom desta expressom política, recolha as críticas mostradas descarnadamente polo 15M, e que explicam a desafecçom dumha parte importante da cidadania a respeito dos partidos políticos, o valor das instituiçons e da própria política.

Este esforço colectivo nom está livre de controvérsia. Coma todo parto, tem as suas contraçons, as súas complicaçons e o seu trabalho. O nascemento do novo conleva a morte do velho, e esse proceso nom se dá sem resistencias, passos adiante, passos atrás, e mesmo sofrimentos.

Em Anova estamos sacudindo o pó, limpando as telaranhas e abrindo as xanelas para construirmo-nos um novo jeito de organizarmo-nos. Um novo jeito que acompanhe o nascemento dumha nova etapa histórica. A transparência, a democracia participativa, a horizontalidade, o asamblearismo, o trabalho e a estrutura em rede... som princípios e metodologias que estam inspirando esta construçom. Mas a realidade também nos trae muitas praticas aprendidas em militáncias e ativismos vários, que marcam também as distintas maneiras de afrontar esta mudança. Maneiras que entram em conflito, em diálogo ou em fusiom segundo o território, os tempos e as pessoas que entram no debate, agora cumha ruta marcada pola convocatória da Iª Asemblea Nacional.

Dous medios de comunicaçom publicarom em primeira página, as diferenças e conflictos que jurdem neste debate, na construçom de Anova na comarca de Ferrol. Qual é a noticia? Que temos diferenças? Que discrepamos? Numha organizaçom que reconhece por estatutos o direito à discrepancia pública, tanto individual como colectiva? Nom seria um obxectivo informativo máis acaido cos tempos que correm, que em Anova se está intentando ensaiar um modelo organizativo que vacine contra a corrupçom, contra a acumulaçom de poder por parte de élites ou aparatos, contra a reduçom da democrácia ao mero direito de eleger, e nom à defensa do direito a decidir? Nom seria importante comentar que umha organizaçom, participante numha coaliçom eleitoral que obtem representaçom parlamentar cum discurso rupturista, está imersa em debates sobre as relaçons entre representantes e representad@s; sobre as retribuçons e garantias que devem acompanhar os cargos eleitos; ou sobre o perfil e condiçons das pessoas retribuidas na organizaçom?

É verdade que todo isto é novidoso quando falamos dumha organizaçom política chamada a participar em procesos eleitorais e nas instituiçons. Mas os problemas de corrupçom, participaçom e acumulaçom de poder nas nossas sociedades, som graves e precisam de mudanças profundas. Porque nom só é questom de pessoas, é questom de ideias, estruturas, organizaçons de tempos e espaços para a participaçom, de criaçom de novos modelos de liderazgo... É tempo de mudança.
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3 comentários:

Anônimo disse...

Si, a noticia é que hai liorta en Anova Ferrol. Todos os xornais traen todos os días varias noticias de liortas políticas internas nos diferentes partidos. Os medios venden polémica en parte porque aos lectores lles interesa ler máis como discuten dentro do partido que como se levan ben. Facerse a sorprendida a tal altura, alegando que publicar esas diferencias internas nun blog é unha excusa bastante parva. A culpa nunca é do mensaxeiro.

Anônimo disse...

Se o mensaxeiro, intencionada ou interesadamente, non da toda a información que debería, algo de culpa terá.

Pensar que á xente está mais interesada en liortas internas nos partido que en solucións ou alternativas aos seus problemas (que é realmente do que non se informa) é tomar á xente por parva cousa pouco intelixente e rotundamente falsa.

Matriculas disse...

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