terça-feira, maio 25, 2010

24 de Maio, fagamos outras contas

Crianças de Gaza assassinadas polos avións de combate israelís

O debate gerado polo plano de recortes aprovado polo governo de Zapatero, e que está no centro de atençom informativa e no debate social, tinge dunha cor especial a celebraçom do Dia Internacional das Mulheres pola Paz e o Desarme. Um dia que o movimento feminista aproveita para denunciar a situaçom das mulheres que vivem baixo conflitos armados. No nosso país a Marcha Mundial das Mulheres organizou projeçons de filmes que visibilizam estas situaçons.

Mas, mais aló das análises e denúncias da situaçom das mulheres vítimas da guerra, a celebraçom deste ano está vinculada à economia. Num momento político onde em toda Europa se estam aplicando recortes sociais e de direitos, ditados polos grandes organismos financeiros, cumpre conhecer e divulgar um outro modelo económico que permita construir outra realidade, e que parta da ideia de que a guerra nom é negócio, a guerra é um crime contra a Humanidade.

Estes dias puidemos analisar como os recortes sociais nos afeitam diretamente às mulheres. Temos no sector público, o sector máis afectado, umha oferta de trabalho em pé de igualdade. Nom temos que passar o filtro dos estereotipos machistas que imperam na empresa privada. Somos umha porcentagem elevada do funcionariado, concretamente somos maioria trabalhando para a Administración General del Estado. Seremos pois afetadas pola reduçom salarial. Mais obio é o efeito que terá nas mulheres a retirada do "cheque bebe". As pensons ou os recortes na lei da dependência som medidas que quando menos, suponhem um freio nos avanços para a incorporaçom laboral das mulheres e um afundamento na feminizaçom da pobreza.

As feministas temos que unir as nossas vozes a aquelas outras que estám reivindicando um novo jeito de gestionar os recursos, o comum, o público. Agora sabemos, porque hai gente que botou as contas, que hai outro jeito de ajustar o gasto público. Um jeito que permitiria ir construindo um novo modelo socioeconómico e afastando o negocio da guerra das nossas vidas, ou dito mais corretamente, conseguindo reduzir as possibilidades de que alguém se lucre co crime da guerra.

Se se retirassem as tropas espanholas de Afganistam, conseguiria-se o mesmo aforro nos orçamentos públicos que congelando as pensons. Se se congelam os 1.400 milhos de euros previstos para investimento em armamento, poderiam ir no lugar dos 500 milhos das pensons, mais os 670 euros da reforma das prestaçons por dependência. Ademais estam as grandes compras de armamento, 10.795 milhos de euros a investir até o 2024 no aviom de combate Eurofighter, e 1.353 milhos para os 24 helicópteros de combate Tigre. Outras quantidades mais pequenas, mas que somam também, som as investidas na guerra por controlar a explotaçom dos recursos pesqueiros nas augas de Somalia. A operação Atalaya contra os "piratas", na sua primeira fase custou 53 milhos de euros, e pensa prorrogar-se até o 2011.

Todos estes recursos para destruir a vida das pessoas e do planeta deveram ser desviados para investi-los em manter a vida e os cuidados que esta precisa. Neste 24 de Maio, o dia das mulheres que queremos a paz e o desarme do planeta, dicemos que se podem fazer outras contas, umha contabilidade que garanta o básico para todas as pessoas e limite a riqueza. Tam singelo de dizer como de fazer. Querer é poder.

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