domingo, março 01, 2009

Hoje vou votar polo BNG

É dia de eleiçons. Miles de pessoas do nosso país acudiram a votar. Outras miles nom o faram. Levo muitos dias pensando que fazer porque tenho muitas contradiçons que resolver, muitas frustaçons que digerir, mas nom quero que sejam esses sentimentos os que dirijam a minha eleiçom este dia. Sempre prefiro guiar-me pola pergunta, e que podo fazer eu?. Penso que o meu voto, e o de muitas pessoas coma mim, de nom emitir-se, pode significar o regresso do Partido Popular ao governo da Xunta, e a pergunta é singela, de verdade é o mesmo?, nom houvo nengumha diferencia entre a realidade que vivemos co PP, a direita governando desde sempre, e estes quatro anos?. Que vai passar se o PP volve à Xunta?. Que repercussom tem isto na atual conjuntura de crise?.

Puxem numha lista as cousas que me parecerom bem feitas polo governo bipartito, ainda que sempre melhoráveis, e noutra o que julguei mal feito ou que se deixou de fazer e eu cria importante.Melhorou-se e muito, o ensino público e a sanidade, freando em muitos aspectos a sua privatizaçom e recorte de serviços como comedores escolares e condiçons de transporte.Representou para mim um avanço importantíssimo a criaçom das Galescolas, e a do organismo público Consorcio de Servicios Sociais e de Igualdade.A promulgaçom da Lei galega contra a violência machista, e a posta em marcha dum programa, ainda nom rematado, de transformaçom dos serviços de atençom e informaçom às vítimas, assim como em geral as políticas de Igualdade aplicadas. A "Lei de Prevención de Incendios Forestais". O Banco de Terras e a revalorizaçom dos valores do rural. A criaçom das UXFOR. A defensa desde as instituiçons do direito ao aborto. Vimos avances na liberdade de expressom e na presença da nossa cultura na TVG e sobre todo na Radio Galega. A Lei de Costas, que paralisou moitas urbanizaçons planificadas a pé de praia. Medidas de apoio ao aluguer de vivendas. O Plano de construçom de vivendas sociais. O enfrontamento coa multinacional PESCANOVA. O discurso em geral da Conselharia de Vivenda que meteu ar fresco contra os valores neoliberais e o jeito de atuar de especuladores e corruptos. O posicionamento da Conselharia de Ensino contra a subvençom a centros concertados que segregam por sexo, umha pequena medida que criou um intenso debate social.

Mas fronte a isso existiu também a claudicaçom ante a corrupçom e sem razom que significa REGANOSA. Continuou-se co projecto da Cidade da Cultura. Apoiou-se a criaçom de piscifactorias, nom só pola sua ubicaçom senom polo que representam de modelo alimentário. Nom se intentou a insubmissom ante as leis que proíbem marcar um prezo mínimo para o leite. Nom se intentou a insubmissom ante as leis que proíbem que ASTANO recupere a produçom. Participou-se na oferenda ao apostolo pedindo-lhe que remate coa violência machista. Nom se intentou a insubmissom ante as leis que proíbem a criaçom dum grupo energético público e outro de telecomunicaçons. Promocionou-se e favoreceu-se a implantaçom no nosso país de fábricas de agrocombustíveis. Nom se enfrentou o cultivo e consumo de trangénicos, quedando-se só numha declaraçom do parlamento. Nom se intentou a insubmissom ante as leis que proíbem aplicar medidas protecionistas para os alimentos produzidos aqui. Nom se intentou a intervençom das caixas de aforro, para iniciar a sua transformaçom num banco público galego. Nom se desmantelou ENCE e se apoiou soterradamente a proposta do seu traslado às Pontes, onde se chegou, no seu tempo, a promover umha manifestaçom pedindo mais quota de CO2, o mesmo se fixo co maldito AVE. Nom se puxo freio às grandes empresas abusadoras do nosso entorno e parasitas da nossa economia como ENDESA, FENOSA, MEGASA, INDITEX, e o bezerro de ouro CITROËN, que representa um modelo de transporte nocivo e obsoleto.Nom se estivo à altura das circunstancias no último temporal de Janeiro, aproveitando para meter nos tribunais a FENOSA. Mantivo-se um discurso baseado na economia produtiva e o desenvolvimento, na vez da economia necessária ou social e o decrecemento.

Som sobre todo medidas de caractere estrutural, medidas que vam orientadas à deconstruçom do sistema econômico atual para abrir passo a outro modelo. Hai que somar a isto um escasso diálogo e apoio nos movimentos sociais, salvando algumhas excepçons, à hora de elaborar e aplicar as políticas. É paradógica esta situaçom sabendo que som sobre todo militantes do BNG e do PSOE quem conforma em boa parte o activismo social, sobre todo no movimento feminista, no ecologista, no vizinhal e sindical.

Mas a realidade di-nos, que a sociedade galega segue a ser umha sociedade dividida, onde som moi numerosas as pessoas que apóiam o projecto da direita, unida e moi activa, representada, principalmente, polas siglas do PP, e apoiada desde os espaços e instituiçons do integrismo católico no nosso país. Um sector da nossa sociedade que fai umha forte oposiçom ás poucas medidas de esquerdas que se estám aplicar. Ponhamos por exemplo a resistência a talar muitos dos eucaliptos que incumprem a lei de prevençom de incêndios e que tantos destragos causárom nestes últimos temporais. Ponhamos por exemplo a decissom do jurado popular de absolver a quem assassinou a dous moços em Vigo, numha das maiores mostras de homofobia ocorridas no nosso país nos últimos tempos. Ponhamos por exemplo a folga convocada polos médicos que querem cobrar a exclusividade na pública quando se adicam, e muitas vezes com maior devoçom à prática privada. Seria um longo relatório de exemplos de valores, actitudes e crenças que sustentam umha parte ainda moi maioritária da sociedade galega que nom quere cámbios, que nom quere igualdade, que nom quere que se respeite o médio ambiente e nom lhe importa tampouco muito os métodos que se utilizem para conseguir isto. A guerra de Iraque, o Prestige, os escándalos de corrupçom ou mesmo o anacronismo na organizaçom da hierarquia católica e os valores afectivo-sexuais e modelo familiar, nom parecem ter feito melha neste sector povoacional que se mantem mais ou menos inmóvil nos seus posicionamentos.

Hoje, tenhem posta a esperança de volver recuperar esse espaço de poder que nom controlam os seus, porque sim o fam em muitos concelhos, sim o fam em duas deputaçons e sim o fam no poder econômico. Eu vou ponher o meu voto na furna pensando nisso. Em que nom quero que volvam e em que os movimentos sociais, nestes próximos quatro anos, vam ser capazes de acumular mais força e mais organizaçom, para poder conseguir cambiar as políticas e sobre todo porque todas, absolutamente todas as pessoas que queremos umha sociedade mais justa e em igualdade, temos a responsabilidade de conseguir que esta situaçom de crise mundial nom se converta num avanço dos valores racistas, xenófobos, homofóbicos e machistas, que embruteçam a nossa sociedade mediante propostas de cadeia perpetua ou pena de morte, soluçons militaristas e repressom policial. E penso que esse objectivo vai ser muito mais difícil de conseguir cum governo de direitas.

Por quê vou votar o BNG e nom outra força política? Porque miro o mundo cos olhos de galega, e porque é a força com possibilidades que tem mais capital político e humano. Pode ser mirado como excesso de pragmatismo, mas nom penso que o sofrimento que acarrearia umha volta do PP, mereça ser o pago por um voto de castigo ou um voto de aleizoamento.

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Um comentário:

Jose Alvarez disse...

Grazas, Lupe.
Chégame http://josealvarez.wordpress.com/2009/03/05/8-de-marzo-dia-internacional-da-loita-feminista-a-marcha-mundial-das-mulleres-mobiliza-se-na-galiza/ por Ártabra 21 e engado outro que tamén atopo necesario facer andar http://josealvarez.wordpress.com/2009/03/05/eduardo-galeano-adhesion-marcha-mundial/

Un saúdo
Xosé
(un amigo, do Inferniño, en Coruña)

Que estemos tod@s muy ben!!!