quarta-feira, fevereiro 27, 2008

O preço da liberdade

Valladolid, Valencia, Cádiz e Madrid, lugar de morte onte mesmo para quatro mulheres, a mais nova, de 22 anos, a que caiu em Madrid, boliviana, apunhalada pola sua parelha. A mais velha 54 anos morria dum tiro numha cafetaria de Valencia. A de Cádiz também morreu apunhalada, tinha 49 anos. A de Valladolid também morreu dum disparo, nom sei a sua idade. Som desconhecidas para mim. Som quatro mulheres que morrérom assassinadas o dia do meu aniversário, o mesmo dia no que cumpria cinqüenta anos, em lugares conhecidos, em cidades polas que eu caminhei. Som mulheres desconhecidas..., ainda que sim compartilhava muito com elas. Como elas, a mim me chegou o tempo de namorar. Comparto com elas a altura do mesado da cozinha pressionando levemente o ventre mentres se agarda polas patacas dourando-se no azeite borbulhante. Na face enrugada amosamos preocupaçom por ter botado leixívia de mais, na água de passar o banho pois nos rasca na gorxa. Som estas e mais ousas... A elas aquelas mans que se foram convertendo em estranhas, arrincarom-lhes a vida, tanto era o ódio acumulado por ser elas! Algumhas estavam coas amigas... como estivem eu onte, dia do meu aniversário, compartindo risas e problemas. Quero pensar que nom vam ser mais, que todo vai a melhor, que nom é reaçom contra a liberdade, que nom é terror aplicado por quem se resiste a perder o domínio... Mas todo me di que sim, que as mulheres imos pagar cada vez mais com medo, com amargura, com sangue e coa vida a nossa liberdade.

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