Nom se me poderá dizer, com este artigo de opiniom, que me estou metendo em casa alhea, ou em assuntos que nom som da minha incumbência. A Assembleia Nacional do BNG, prevista para Janeiro, implica-nos a todas as pessoas que nos sentimos nacionalistas. Nom porque o nacionalismo seja igual ao BNG, nem tampouco polo contrário. O nacionalismo como expressom social, cultural e também política, tem muitas variantes e variáveis, mas é esta assembleia de Janeiro onde se vai concentrar a maior força de decisom nacionalista organizada, que vai ter umha clara influencia ou efeito dominó, em todas as outras expressons do nacionalismo, incluído o independentismo.
Nom estou certa do resultado desta assembleia, só estou certa de que o que transcende publicamente, nos meios de comunicaçom, nas redes sociais, nalgumhas reunions, ou nas conversas privadas... é que o debate gira ao redor da questom organizativa. Isto, sendo importante, nom é, baixo o meu ponto de vista, o fundamental ou o único a reformular na organizaçom de referência do nacionalismo. Hai que falar das políticas. Das que se implementarom, e das que se tenhem que defedender e implementar. E, relacionado com essas políticas, a questom da financiaçom, espelho que nos reflicte o subconsciente ativo de qualquer organizaçom.
Se o debate se resolve polarizando-se em dous blocos, o bloco UPG e o bloco anti-UPG, pouco se resolveria dos problemas que tem o nacionalismo político, para criar referencias que consigam a necessária hegemonia social. Umha hegemonia que ostenta o Partido Popular, abrigado e camuflado desde hai muitos anos coas peles de cordeiro galeguista. Tanto dentro do bloco-UPG, como dentro do bloco crítico coas práticas organizativas deste partido dentro do BNG, existem pessoas descontentas com muitas das políticas aplicadas nas instituiçons onde se conseguiu representaçom, ou nos movimentos sociais onde atuam militantes da organizaçom. E, existem também muitas pessoas noutra posiçom, pessoas que acreditam que o BNG nom tem dado os passos necessários para se converter no PSOE galego. Pessoas que acreditam num projeto ao estilo PSC, mas nos seus melhores tempos, claro. Eis o verdadeiro debate de Janeiro, o eterno debate de se colher o caminho da esquerda ou da direita. Esse debate que tem que partir dum consenso sobre o que é hoje, às portas do 2012, o caminho da esquerda, e clarificar também, si a social democracia hoje é útil para resolver os problemas da cidadania ante um capitalismo destrutivo e insaciável. Um debate que tem que falar de obxectivos e do “como” consegui-los, com claridade, sem ambiguidades ou curtopracismos.
O affaire Reganosa, a Cidade da Cultura, a defesa do AVE, a reivindicaçom de mais cota de CO2 e a mobilizaçom a prol do carbóm importado; a defensa das planta de agrocombustíbeis, do porto deportivo de Masó, a supeditaçom ás Caixas de Aforro, a reivindicaçom na Comissom de defensa do senado dumha planta de fabricaçom de avións espias para Ourense; o mantimento das deputaçons, o ataque ao Sindicato Labrego Galego, ... som algumhas das políticas às que assistimos nos últimos anos. Agora toca decidir. Agora toca saber se hai que completar esse caminho começado, ou virar de rumo.
A situaçom econômica e social, que só está começando a despontar em Galiza, se colhemos em consideraçom as ameaças de que o PP vai cumprir ao milímetro os plans de entregar aos mercados os nossos direitos convertidos em negócio, fai que muitas das pessoas que sofrem estas políticas, que som a maioria social, queiram ver nas organizaçons, e nas instituiçons a onde vam a representa-las, as forças que os defendam dessa perda de direitos. Os últimos resultados eleitorais, podiam ter essa leitura: um aumento dos votos a EU, como organizaçom mais útil para defender-se dos poderosos e menos desafectada dum movimento social emergente, o 15-M, capaz de fazer umha crítica em profundidade, tanto à representaçom e práctica partidária como ao capitalismo, e umha nova perda do voto ao BNG como consequência do seu processo de metamorfose à socialdemocracia, caída em desgraça por obra e graça da prática do PSOE.
Som momentos de agudas contradiçons. Som momentos de novas alternativas. O poder financeiro usurpa o poder político e a soberania nacional de muitos povos na Europa. A débida econômica do BNG co novo banco nascido das práticas especulativas das antigas caixas, nom pode ser obstáculo para criar uns novos referentes políticos, que construam as alternativas necessárias para identificar claramente os caminhos elegidos. Mesmo, umha valente decisom sobre essa débida, poderia resultar clarificadora da posiçom do nacionalismo frente ao poder financeiro, e um sinceiro e claro apoio para as alternativas de economia social que existem na Galiza.
Políticas que nos defendam dos poderosos, decisons com valentia política; prática política de mobilizaçom e organizaçom de maiorias sociais, construçom e apoio de alternativas reais aos modelos económicos e energéticos... Só assim se poderá aglutinar às forças transformadoras que gravitam em distintas órbitas, ainda que afastando-se inevitavelmente de repetir rutas e experiencias políticas de elites redentoras, que ainda que recurrentes no tempo, como vivemos estes dias, devenirom fracassos na recente história do país. Abrir campos de encontro e diálogo para confluir expresións políticas e sociais que estám condeadas a entender-se, e construir essa hegemonia social que permita as grandes transformaçons no nosso país. Transformaçons cara um novo sistema econômico e social, que essa mesma hegemonia nos irá concretando na sua conformaçom.
Aguardamos muito de Janeiro.
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Um comentário:
Como sempre, lúcida, Lupe, e lucido, o teu comentário.
Un bico, unha aperta
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